Curitiba 12 de maio de 2008
Diálogos poéticos opus 1
Os céus se fecharam pra mim
Estou em festa por estar nas alturas,
Mas daqui eu não posso seguir,
Os céus se fecharam pra mim.
Disse um homem viajando numa casca de abóbora:
- o que seria isso em suas mãos?
- é a verdade, lhe disse, carrego de pronto
Às vezes a escondo, mas logo repenso, e de novo lhe tomo
- e como ela é?
- veja por si mesmo, porque perguntar?
Pesada como um taco, mas frágil como donzela,
Escorregadia como lajota, e fere como adaga.
- é ela que não lhe deixa subir?
- sim, é ela que não permite o céu se abrir,
Que gotas cinzas faz chover, minha esperança,
E causa enxurradas de lágrimas
Que causa a perda da causalidade,
O domínio da sensualidade,
A morte da ingênua idade,
A dor da mortandade,
É o que me faz ver, correr, beber, chover,
Comer, temer, irar, morrer, viver...
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