quinta-feira, 18 de março de 2010

Encontro Inesperado

Encontro Inesperado

- Opa meu rapaz, mas há quanto tempo!
- Pois é, até fico surpreso, há muito não o via pelas redondezas, como estás?
- Vou indo, ando um pouco recluso, admito, porém é assim que tem que ser, foi a profissão que escolhi afinal.
- É mesmo! Mas do que se trata ao certo? Lembro-me que foi à capital por uns tempos.
- Então, estive por lá cerca de três anos estudando, tornei-me bacharel em comunicação, e por agora venho me dedicando à história da transmissão oral das lendas em nosso país.
Pretendo lançar um livro sobre o assunto no futuro, penso que deva interessar à população.
- Muito intrigante esta sua pesquisa, se puder gostaria de dar uma olhada quando possível.
- Claro, sem problema, quando estiver mais pronto lhe chamo para ir à minha casa.
E você, que tem feito?
- Ah, provavelmente nada que lhe cause tanto interesse.
Venho fazendo algumas coisas que me parecem importantes. Ontem mesmo pequei o violão e fui com minha mulher para o parque Tingui, não havia muita gente. Preparamos um pique-niqueque nos trouxe várias outras histórias também. Quando começamos a tocas e cantas, ela com sua voz linda e sua flauta, acabamos por chamar a atenção de um casal já um pouco idoso que passeava com seus netos. Se achegaram perguntando se não iriam incomodar, e logo se sentaram. O senhor tinha o rosto moreno, curtido do sol, e nos contou várias histórias do tempo em que morava nas matas do litoral, as saudades das cantigas do fandango, e o que esta “besta quadrada” está fazendo com seus pobres netos.
Muito interessante. Semelhante ao documentário que vi ontem. ...

Nenhum comentário: