sábado, 3 de abril de 2010

Os Cachos (do anjo)

Quando ouço o tintilar dos sinos
Sinto a brisa nos cabelos
Cacheados, cachos claros,
Cachos duros, cachos raros.
Cachos ralos de cachorros
Sentem a brisa na pelagem
Não dão a mínima para os sinos a tintilar
Quando sinto a brisa em minha pele
Pelo menos um encanto
Um pêlo a menos em um canto,
Canto raro e, no entanto
A Boa Vista da paisagem
É quem não se deixa encantar
A pele rara em um canto duro
Tiram o encanto claro
De uma vista rala, de uma brisa gris.
Quando os cachos claros encantam,
Livro meu canto.
Um livro no canto.
Canta a Santa Cândida aos quatro cantos
A passagem de um anjo
E quem não se deixa encantar
Quando cachos duros se embaraçam
As vistas de um anjo se embaçam
Às vistas, anjos se embaçam.
Cabral avista um novo mundo,
Tem à vista um mundo que não se visita
Sente a brisa da paijsagem
É um anjo de passagem.
Como não se encantar
Cachorros duros dormem na pista
A paisagem de uma Boa Bista
Só encanta a vida de turista
Paga aluguel no mundo de artista
Sente a brisa que passa vazia
E ouve os sinos ao fundo,
Quando ainda teimam em tintilar

Nenhum comentário: